Oi, Bibi, muito bom dia! Espero que estas poucas e mal traçadas venham a encontra-la no bem bom por aí. Por aqui, cidadã, a mesma luta contra o Covid-19, vírus que acabou sendo politizado, a economia em frangalhos e a eterna briga do Bolsonaro contra as esquerdas. Só que ele agora ganhou o apoio do Centrão. Centrão é o agrupamento de partidos que faça sol ou faça chuva, estão sempre com o governo de plantão. Se esse governo fracassar eles viram as costas e ficam de bizu para saber quem será o próximo inquilino do Planalto.
O Bolsonaro que está desdizendo quase tudo o quer falou durante a campanha, principalmente em termos de moralidade, já está de braços dados com o Waldemar da Costa Neto, do PL e do Roberto Jefferson, do PTB. Isso para evitar ser defenestrado do cargo, por conta de suas patacoadas com os filhos.
Mas falando em Bolsonaro, nesta sexta-feira ele inaugurou um trecho do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, em Penaforte (CE). Com isso, se tornou mais um presidente a entregar obras do interminável projeto, que começou com Lula, passou por Dilma e Temer e agora tem promessa de finalização.
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Olha, minha preta, vou te dar uma informação que jamais gostaria de relatar. Trata-se da morte do Rafael Seabra, filho do prefeito de Tuntum, o meu amigo Cleomar Tema. Ele faleceu tragicamente neste sábado, num acidente automobilístico próximo a Peritoró, quando se dirigia para sua cidade natal.
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Conheci o Rafael ainda adolescente, quando assessorei o pai dele, que era presidente da FAMEM. Ia muito a Tuntum e gostava de conversar com ele, porque tinha um jeitão despachado e engraçado de falar.
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Sempre que o encontrava aqui em São Luís era a maior festa. O papo rolava solto. Me deixa muita saudade o Rafael, que assim como o pai, Cleomar Tema e os irmãos, o Alexandre e a Talita, também era médico.
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Estou perplexo, morena! É que a Cervejaria Dogma, de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (26) que tirou de circulação um de seus rótulos de cerveja preta que usava a imagem de uma mulher escravizada na divulgação.
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A fotografia da mulher negra e de cabelos crespos foi feita pelo alemão Albert Henschel, nos anos 1860. O fotógrafo ficou conhecido por fazer retratos de pessoas de origem africana, escravizadas ou livres, ao mesmo estilo estético e altivez dos senhores do século XIX.
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O nome da cerveja em questão é Cafuza, que significa miscigenação entre negro e índio. A cervejaria tirou o rótulo por conta da revolta de movimentos negros. Aí é que fico revoltado. Se alguém coloca a foto de uma loura sensual em qualquer produto, tá tudo bem. Agora, se for de uma negra, vira homofobia.
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Pura burrice, todo mundo sabe que o negro foi e muitos continuam sendo escravizados no Brasil. Acho até uma homenagem à raça. O problema que esses movimentos se transformaram numa autêntica aporrinhação. Qualquer é coisa é motivo para atos de protestos.
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Uma grande idiotice, Bibi. Não vi nada demais. Acho que a famosa foto da negra escravizada no rótulo de cerveja é uma forma de homenagem. Mas aqui, não. Só tu vendo. Esse negócio de negritude virou foi uma chatice. Ninguém pode chamar ninguém de negro. Tem de ser afrodescendente.
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Tudo vira motivo para processo. Um colega das antigas disse que teve vontade de chamar uma ex-namorada dele de “ minha neguinha”, como a chamava no passado, depois de vários anos sem se encontrarem, mas ficou com medo de ser processado. Ah, tem hora que isso é um abuso, uma chatice, uma aporrinhação.
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Tô vendo aqui que mesmo com o massacre diário da mídia, o Bolsonaro continua forte. Na pesquisa que o Data Folha divulgou, o homem aparece com impressionantes 32% de bom e ótimo de aprovação, com mais 23% que o consideram regular. A desaprovação é de 44%. Pelo massacra diário a que é submetido pela Globo, pensei que já estivesse com zero de aprovação.
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No dia que a PF prendeu o Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, deu até para imaginar que o presidente era quem tinha sido preso. Já ouvi muita gente dizer por aqui que não assiste mais ao Jornal Nacional, porque virou um boletim contra a família Bolsonaro.
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Mas jornalismo no Brasil é assim mesmo. Neguinho defende é seus interesses e pronto. Mas existe algo no ar que a família Marinho deveria observar. Enquete feita por uma empresa especializada apontou que o Bolsonaro tem mais credibilidade do que o William Bonner, principal âncora da emissora.
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Os pré-candidatos a prefeito e os candidatos a vereador de São Luís estão se mobilizando, mesmo com as restrições impostas pela pandemia. Aqui e acolá neguinho vai num bairro, se reúne com um grupo, faz suas promessas, muitas das quais jamais serão cumpridas, mesmo se eleito e voltam para a solidão do lar ou para o aconchego da família.
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Falando em política, o presidente da Câmara Municipal de Raposa, Beka Rodrigues, iniciou, na sexta-feira, uma nova modalidade de sessão, a híbrida. Os vereadores se revezam com uns em plenário e outros por videoconferência.
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As sessões também estão sendo transmitidas simultaneamente através de várias plataformas da Internet. É uma Câmara cujos trabalhos tem muita visibilidade, ao contrário de suas congêneres de Paço do Lumiar e de São José de Ribamar, que só são divulgadas por conta de escândalos.
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Bem, minha fofura, com essa o teu pretinho vai ficando por aqui, garantindo retorno no próximo domingo, se Deus quiser. E ele quer, porque sempre foi bacana com esse cidadão aqui.
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Beijão desse filhote que jamais deixará de te amar.
Djalma
N.E- Bibi é Benedita Rodrigues, mãe do editor. Ela faleceu aos 28 anos de idade, em São Luís, na Santa Casa de Misericórdia, no dia 8 de dezembro de 1965.