Temer nomeia equipe e prega governo de salvação nacional

temer e posse

 

 

  • O presidente interino Michel Temer (PMDB) reforçou, em seu primeiro discurso na tarde desta quinta-feira (12), no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília, que manterá programas sociais dos governos anteriores, como o Bolsa Família, e que assegurará a continuidade da Operação Lava Jato. Temer falou horas depois de ter assumido as funções da presidente afastada, Dilma Rousseff. Disse também que é hora de união em torno de uma salvação nacional.

    “A Lava Jato tornou-se referência, e daremos proteção contra qualquer tentativa de enfraquecê-la”, disse o presidente interino. Temer aproveitou para dizer que respeita a presidente afastada Dilma Rousseff, com “respeito institucional”, sem querer entrar em detalhes nos motivos que a afastaram.

    Temer foi notificado do afastamento de Dilma por volta das 11h30 desta quinta-feira e se tornou, oficialmente, o mandatário interino enquanto durar o processo de impeachment no Senado, cujo prazo máximo são 180 dias.

    mandado de notificação assinado por Temer informa que, a partir do recebimento da intimação de Dilma, “está instaurado o processo de impedimento por crime de responsabilidade”, ficando ela suspensa de suas funções até a conclusão do julgamento no Senado.

    Segundo o mandado, Dilma durante o período continuará morando no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Também terá direito a transporte aéreo presidencial, equipe a serviço do gabinete pessoal, apoio à saúde, carros e motoristas, além de manter salário de R$ 31 mil.

    Ministério novo

    Enquanto o processo de impeachment tramitava no Senado, Michel Temer fez várias reuniões de articulações e decidiu reformular os ministérios para seu governo interino. À exceção dos ministros Alexandre Tombini (presidente do Banco Central) e Ricardo Leyser (interino dos Esportes), todos os integrantes do primeiro escalão do governo da presidente Dilma Rousseff pediram demissão em conjunto. No entanto, Tombini e Leyser não vão compor o novo ministério.

    O peemedebista acabará com o Ministério da Cultura, integrando-o ao Ministério da Educação. Outra medida foi fundir a Secretaria de Direitos Humanos com o Ministério da Justiça, que passará a ser chamado de Ministério da Justiça e Cidadania.

     

     
     

    SEM VOTO

    Dos escolhidos, ao menos seis perderam as últimas eleições que tentaram disputar.

    São eles: Eliseu Padilha, derrotado em eleição para deputado em 2010 (estava como suplente até 2014); Henrique Alves, derrotado na disputa pelo governo de Rio Grande em 2014; Gilberto Kassab, que não se elegeu para o Senado em 2014; Geddel Vieira Lima, derrotado para o Senado em 2014; Moreira Franco, que não se elegeu para prefeito de Niteroi em 2004 e Raul Jungmann, que perdeu a eleição para deputado em 2014 (está no cargo como suplente).

    Veja a lista dos ministros já definidos:

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    • Gilberto Kassab (PSD-SP)ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Ex-prefeito de São Paulo (pelo PSD) e ex-ministro das Cidades de Dilma
    • Raul Jungmann (PPS-PE)ministro da Defesa. Deputado federal e ex-ministo de FHC
    • Romero Jucá (PMDB-RR)Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Senador (RR) e ex-ministro da Previdência (governo Lula); presidente em exercício do PMDB, foi um dos principais articuladores da saída do partido do governo e do avanço do processo de impeachment de Dilma
    • Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)ministro-chefe da Secretaria de Governo. Ex-ministro da Integração Nacional, preside o partido na Bahia. Citado na Lava Jato sob suspeita de negociar propina com a OAS, o que ele nega. Também é visto como um nome que está distante há anos do Parlamento
    • Sérgio Etchegoyenministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
    • Bruno Araújo (PSDB-PE)ministro das Cidades. Deputado federal, deu o voto decisivo para o impeachment de Dilma na Câmara
    • Blairo Maggi (PP-MT)ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Senador e ex-governador
    • Henrique Meirellesministro da Fazenda. Foi presidente do Banco Central no governo Lula
    • Mendonça Filho (DEM-PE)ministro da Educação e Cultura. Ex-governador de Pernambuco, atualmente é deputado pelo DEM
    • Eliseu Padilha (PMDB-RS)ministro-chefe da Casa Civil. Ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil (governo Dilma) de dos Transportes (governo FHC); quando ministro de FHC, foi alvo de acusações de irregularidades no pagamento de precatórios, mas sempre negou
    • Osmar Terra (PMDB-RS)ministro do Desenvolvimento Social e Agrário. Deputado federal
    • Leonardo Picciani (PMDB-RJ)ministro do Esporte. Deputado federal
    • Ricardo Barros (PP-PR)ministro da Saúde. Deputado federal
    • José Sarney Filho (PV-MA)ministro do Meio Ambiente. Deputado federal pelo Maranhão e ex-ministro da pasta (governo FHC)
    • Henrique Alvesministro do Turismo. Ex-ministro do Turismo de Dilma
    • José Serra (PSDB-SP)ministro das Relações Exteriores. Senador, ex-ministro da Saúde e do Planejamento (governo FHC); foi governador de São Paulo e prefeito da capital. Um dos caciques do PSDB, foi candidato do partido à Presidência em 2002 (derrotado por Lula) e 2010 (derrotado por Dilma)
    • Ronaldo Nogueira de Oliveiraministro do Trabalho
    • Alexandre de Moraesministro da Justiça e Cidadania. Ex-secretário da Segurança de SP, foi promotor de Justiça
    • Mauricio Quintellaministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Deputado federal. Condenado em agosto de 2014 por participação em um esquema que desviou dinheiro destinado ao pagamento de merenda escolar em Alagoas, entre 2003 e 2005, quando era secretário de Educação do Estado
    • Fabiano Augusto Martins Silveiraministro da Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU). Conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)
    • Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio. Presidente do PRB
    • Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional
    • Fernando Coelho (PSB), ministro da de Minas e Energia

     

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