Ex-presidente Lula é foco da CPI do BNDES da Câmara

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Correio Braziliense

Os primeiros requerimentos apresentados na CPI do BNDES da Câmara apontam que o foco da comissão deverá ser as atividades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comissão foi instalada na quinta-feira após o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff. Ele é investigado pela força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Lula é alvo de três pedidos de convocação para prestar depoimento na CPI. Apresentados pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Cristiane Brasil (PTB-RS) e Carlos Melles (DEM-MG), os requerimentos partem da suspeita de que o ex-presidente, por meio do Instituto Lula, atuou no exterior como lobista de grandes empresas beneficiárias de empréstimos do BNDES.

Lula é alvo de procedimento investigatório criminal (PIC) da Procuradoria da República no Distrito Federal, que investiga se houve tráfico de influência internacional do petista em favor da construtora Odebrecht no exterior.

Ao negar a acusação, o Instituto Lula afirma que o petista jamais atuou como lobista, nunca foi membro de conselho ou diretor de empresa qualquer ou contratado para consultoria. Segundo a entidade, o que o ex-presidente fez foi defender interesses de várias empresas e do próprio país no exterior, além de ter dado palestras.

Jungmann também apresentou requerimentos para convocar o filho de Lula, Fábio Luiz, e quebrar seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. O deputado alega que a empresa de Fábio, a Gamecoorp, foi beneficiada em negócio suspeito com a Oi-Telemar, empresa com participação acionário do BNDES.

Foram protocolados ainda pedidos de convocação para os ex-ministros da gestão Lula, como Antonio Pallocci (Fazenda), Guido Mantega (Economia) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), além de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

Empreiteiras

Também poderão ser chamados empresários próximos a Lula, como os acionistas da JBS, Wesley e Joesley Batista, e executivos ligados a empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato, como Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS).

Além disso, há requerimentos de pedidos de informações sobre contratos do BNDES no Brasil e no exterior entre 2003 e 2015, que abrangem os governos de Lula e sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff.

Os 71 requerimentos apresentados até a noite de sexta-feira serão colocados em votação na próxima sessão, marcada para terça-feira. O presidente da comissão, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), afirmou que os documentos serão apreciados por ordem de registro.

 

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