Dados fornecidos pelo satélite Grace, da Nasa, revelam que os principais aquíferos no mundo estão se esgotando dramaticamente. De acordo com a agência espacial americana, 21 entre 37 das maiores fontes de água subterrânea que abastecem centenas de milhões de pessoas no planeta apresentam redução alarmante, sendo que 13 delas estão em situação “calamitosa”.
Das 37 das maiores fontes de água subterrânea que abastecem centenas de milhões de pessoas no planeta apresentam redução alarmante, sendo que 13 delas estão em situação “calamitosa”.
“A situação é muito crítica. Os aquíferos estão caindo em todo o mundo, não há reserva infinita de água” afirmou Jay Famiglietti, cientista da Nasa.
No Brasil, o satélite mostra três reservatórios: do Maranhão e da Amazônia, em boa situação, e, em posição um pouco menos confortável, o aquífero Guarani, o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo, localizado entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
Segundo os dados do Grace, os aquíferos em pior situação estão nas regiões mais pobres e populosas do globo, como o Noroeste da Índia, Paquistão, e o Norte da África. O satélite analisou ainda territórios como Estados Unidos, China e França.
A degradação dos reservatórios está relacionada ao crescimento da população mundial, assim como às atividades da agricultura, da indústria e da mineração. Estima-se que aproximadamente 35% de toda água utilizada no mundo seja proveniente dos lençóis freáticos.
Embora o satélite não possa medir a capacidade total dos aquíferos, o pesquisadores estimam que alguns deles possam ser muito menores do que se imagina. Soma-se à redução das taxas o fato de que as reservas podem levar milhares de ano para se recompor, uma vez que dependem de água fruto de degelo ou das chuvas.
O reservatório que registrou pior situação foi o Aquífero Árabe, que além de sofrer uma redução drástica não apresenta sinais de reabastecimento, e é responsável por fornecer recursos para mais de 60 milhões de pessoas. Em segundo lugar, ficou a Bacia Indú, na Índia; e, em terceiro, a Bacia Murzuk-Djado na Líbia e no Níger.
Nos Estados Unidos, o lençol mais problemático foi o aquífero do Vale Central da Califórnia, que está sendo utilizado para irrigar plantações agrícolas devido à seca. No ano passado, o estado americano instituiu as primeiras leis relacionadas à regulação dos aquíferos, mas estima-se que em apenas duas décadas a legislação terá pleno efeito.