A notícia do fechamento do escritório da empresa LLX, do empresário Eike Batista, em São João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro, assustou os funcionários que trabalham no local nesta quarta-feira.
A empresa, que é responsável por toda a logística do projeto do porto do Açu, tem um escritório na sede do município e outro dentro da região do Açu, a aproximadamente 50 quilômetros do local.
A assessoria de imprensa da LLX informou ao Terra que a mudança já estava prevista há tempos e ainda não tem data para se concretizar, já que, segundo eles, com o avanço das obras é natural que os funcionários fiquem mais próximos ao empreendimento.
Porém na OSX, outra empresa do grupo EBX, de Eike Batista, foram demitidos cerca de 170 funcionários do projeto de construção do estaleiro em construção no porto do Açu. Segundo nota da empresa “os ajustes realizados no quadro de funcionários fazem parte de um processo de adequação da equipe ao novo ritmo de implantação do estaleiro, conforme anunciado na última sexta-feira (17/05), tendo em vista a atual carteira de encomendas da companhia e o cenário do mercado no país”.
Na metade de março ocorreram outras 160 demissões, de um quadro de aproximadamente 600 funcionários.
Na terça-feira, o bilionário Eike Batista colocou à venda um avião executivo modelo Legacy 600, da Embraer, ano 2008. A aeronave está disponível para compra no site Controller.com e está em nome da AUX, empresa de mineração de ouro, que detém direitos de exploração na região de California-Vetas e La Bodega, na Colômbia.
Conforme informações do site, a aeronave tem capacidade para transportar 13 passageiros e conta com 1.418 horas de voo. O preço do avião não foi informado, mas há similares a venda no site por cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 30 milhões). Procurado, o grupo EBX ainda não se manifestou sobre a venda.
Crise
Depois de ser o sétimo homem mais rico do mundo em 2011, Eike Batista enfrenta uma crise em seu patrimônio e chegou a perder US$ 20 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões), de acordo com informações da revista Época. As empresas do seu grupo também não estão bem. A petrolífera OGX anunciou no começo de maio acordo para vender participação de 40% nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contêm o campo de Tubarão Martelo, além de acumulações Peró e Ingá, na bacia de Santos, por US$ 850 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão). O acordo foi acertado com a companhia estatal malaia de petróleo Petronas e estabelece que a petrolífera do bilionário continuará como operadora dos blocos.
De acordo com a revista, o empresário construiu o império das empresas X sobre uma base que não era sólida, já que ele não possuía experiência no ramo de petróleo, prometendo metas consideradas altas, mas que suas empresas não tiveram a capacidade para entregá-las, principalmente com a OGX, e agora corre para tentar recuperar a credibilidade com o mercado e reerguer a empresa. Com a fortuna estimada em US$ 9 bilhões, Eike caiu para o quinto mais rico do Brasil pelo ranking da Bloomberg.
Em abril, a revista americana Businessweek também lembrou que, há um ano, Batista era o homem mais rico do Brasil e tinha o objetivo de ser o primeiro do mundo também. Mas, em um ano, seus objetivos foram destruídos. “Seu porto, que segundo ele seria o terceiro maior do mundo, ainda está em construção, apenas um dos muitos projetos atrasados e metas de produção perdidas”, diz a revista. “Isso, juntamente com um declínio de 34% no preço do petróleo desde 2008, tem golpeado os preços de suas empresas e ele perdeu US$ 25 bilhões de seu patrimônio líquido, mais do que toda a fortuna do fundador da Amazon.com, Jeff Bezos.” A publicação cita ainda um analista de mercados, Ed Kuczma, que diz que as pessoas acabaram investindo em “uma apresentação do PowerPoint”.